Uma mulher. Sim, uma dentro do total de 108,7 milhões das que vivem, aproximadamente, no nosso país (a maioria). Sim, o meu país, nossa nação, o lugar em que você é presidente e tem nas mãos, muito em breve, uma decisão: a de escolher quem entrará para o Supremo Tribunal Federal (STF).
É que todo mundo tem um sonho, Lula. E o nosso? Que essa mulher seja negra, e não, isso não é o que seria chamado de ‘racismo reverso’. É simplesmente para acompanhar os progressos – ainda que parcos – que vivemos ao longo dos anos, e privilegiar um lugar que há muito precisa ser ressignificado e transformado.
O último negro, você bem sabe, foi aquele que indicou: o ex-ministro Joaquim Barbosa. De lá pra cá, 20 anos nos separam desse marco histórico. Barbosa foi o terceiro preto da história a fazer parte da Corte, depois de Pedro Augusto Carneiro Lessa, que ocupou o cargo entre 1907 e 1921, e Hermenegildo de Barros entre 1919 e 1937. Veja só, quanto tempo levou para cada um deles e também o pouco espaço que permaneceram em exercício.
Joaquim, o último, também acredita que você agora pode mudar o jogo, mais uma vez. “Lula cometerá um grande erro se não escolher um ministro ou uma ministra negra. Seria um contrassenso, 20 anos depois, quando houve avanço nas políticas de igualdade racial iniciadas no primeiro governo Lula, e que também levaram a iniciativas privadas, que este governo não nomeie pelo menos um negro”, disse em maio, durante uma entrevista ao jornal Valor Econômico.
Imagine só, neste momento, quantas crianças e jovens negras poderiam se ver representadas com uma ministra no STF? Além de cantoras, atrizes, escritoras, advogadas, médicas, deputadas, jogadoras…ministras do Supremo!
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