Programa oferece bolsas no exterior para pesquisadoras negras, quilombolas, indígenas e ciganas
Lançada pelo Ministério da Igualdade Racial com apoio do MMulheres, iniciativa irá ofertar 45 bolsas de doutorado sanduíche e pós-doutorado Ampliar a participação de mulheres negras, ciganas, quilombolas e indígenas na ciência. Com esse objetivo principal, o Ministério da Igualdade Racial (MIR), em parceria com os ministérios das Mulheres, dos Povos Indígenas, e da Ciência, Tecnologia e Inovação, lançou o Atlânticas – Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência. A iniciativa conta ainda com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Com mais de R$ 7 milhões em investimentos, o programa contempla bolsas de doutorado sanduíche e de pós-doutorado no exterior para pesquisadoras negras, quilombolas, indígenas e ciganas regularmente matriculadas em cursos de doutorado reconhecido pela Capes, ou que tenham concluído programa de pós-graduação reconhecido pela Capes em qualquer área de conhecimento. Estão também previstos auxílios para a obtenção de passaporte e vistos, por exemplo. Segundo dados apresentados pelo MIR, apenas 4,9% das bolsas de doutorado sanduíche são de mulheres negras, enquanto as mulheres brancas têm 30,9% das bolsas custeadas pelo CNPq. Os editais para que as mulheres possam concorrer serão lançados até o final do ano. Beatriz Nascimento O nome do programa presta homenagem à professora e historiadora sergipana Beatriz Nascimento, que sempre aliou a luta antirracista com a vida acadêmica. Foi co-fundadora do Grupo de Trabalho André Rebouças na Universidade Federal Fluminense (UFF) e membro do Movimento Negro contra a Discriminação Racial (MNUCDR), nome mais tarde reduzido para MNU. Enquanto pesquisadora, Beatriz Nascimento estudou as formações dos quilombos no Brasil por duas décadas e foi expoente do feminismo negro, pesquisando as práticas discriminatórias que pesam sobre os corpos das mulheres negras.
CONVOCATÓRIA PARA O DOCUMENTÁRIO FILHOS DAS COTAS, DE DANIEL SANTIAGO
Com uma primeira etapa já filmada em São Paulo e Rio de Janeiro, buscamos personagens de todo o Brasil para fazer parte do documentário que vai retratar uma das mais importantes e revolucionárias políticas públicas de educação implementada no Brasil nos últimos 20 anos, o Ingresso nas Universidades e Institutos Federais pelo Sistema de Cotas. Você é ou conhece alguém que seja Filha, Filho, Filhe das Cotas e gostaria de participar do filme? Basta compartilhar esse link para aqueles que conhece. Contamos com o apoio de todes para difundir essa mensagem ao maior número possível de amigues e colegues que possam nos ajudar. Candidates interessades devem preencher o Formulário indicado no seguinte link: https://heylink.me/filhosdascotas/ Perfil oficial no Instagram:https://instagram.com/filhosdascotas?igshid=MzRlODBiNWFlZA==
Ministério da Igualdade Racial assina protocolos de intenções para combate e superação do racismo e promoção da diversidade e da equidade com Banco do Brasil e Conselhão
A parceria com o BB prevê cooperação para fixar diretrizes e ampliar ações afirmativas de raça e gênero com inclusão e valorização das mulheres negras no país Nesta quinta-feira (27), o Ministério da Igualdade Racial (MIR) formalizou protocolos de intenção com o Banco do Brasil e o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (Conselhão), a fim de unir esforços em ações direcionadas à superação da discriminação racial, à inclusão e acesso de jovens negros ao mercado de trabalho. A iniciativa, viabilizada por intermédio da Secretaria de Políticas de Ações Afirmativas, Combate e Superação do Racismo do MIR, prevê programas, projetos, eventos, materiais informativos, campanhas publicitárias, entre outras medidas análogas. A formalização dos acordos ocorreu em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, durante a instalação da Comissão Temática de Combate às Desigualdades do Conselhão, que tratará de ações e políticas públicas específicas e efetivas voltadas aos grupos da população que continuam à margem da sociedade ou que vivem em condições precárias. O chamado Conselhão será catalisador de ideias, discussões e encaminhamentos concretos, envolvendo atores que trabalham na temática no âmbito do governo, da sociedade civil e especialistas. O objetivo do protocolo entre MIR e BB é desenvolver diretrizes de atenção às mulheres autodeclaradas pretas ou pardas e promover: – fomento a ações de formação e capacitação de jovens negras e periféricas– ingresso de jovens negras no mercado de trabalho– evolução do empreendedorismo e fortalecimento de micro e pequenos negócios de mulheres negras– valorização de iniciativas e produções de mulheres negras, sobretudo relacionadas a projetos culturais– estímulo à ocupação equilibrada de espaços de liderança no BB, considerando o respeito à diversidade étnica e de gêneroapoio mútuo e intercâmbio de experiências para ampliar as políticas afirmativas internas de raça e gênero no BB, trazendo perspectiva interseccional às iniciativas realizadas pela Empresa O protocolo de intenções para combate e superação do racismo e promoção da diversidade e da equidade foi celebrado pelo prazo de 24 meses, contados da data de sua publicação, podendo ser prorrogado mediante novo acordo. As ações serão realizadas em cooperação mútua, e não haverá quaisquer remunerações específicas para execução do protocolo, nem transferência de recursos financeiros ou cessão de funcionários e servidores entre o BB e o MIR. A assinatura acontece na semana no Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, celebrado em 25 de julho, em homenagem à Tereza de Benguela, líder quilombola brasileira, símbolo de resistência e de luta contra a escravidão. A data é significativa por celebrar a força, a resiliência, as contribuições das mulheres negras e por ser uma oportunidade de evidenciar suas conquistas. “Estamos muito felizes de fechar essa parceria com o BB, que é algo que eu e Tarciana temos dialogado há bastante tempo. Fazer essa entrega no mês da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha é algo que muito me alegra e que é muito simbólico ser feito pela primeira mulher negra presidente do banco e primeira ministra da igualdade racial. Sabemos que a valorização de profissionais negros e negras no mercado de trabalho e em suas carreiras é fundamental e temos atuado incessantemente para que a população negra seja visibilizada e representada em todos os espaços. Queremos oferecer oportunidades, fomento à iniciativas e incentivo às tecnologias sociais, que sabemos que as mulheres negras constroem no dia a dia”, destaca Anielle Franco, ministra da igualdade racial do Brasil. Tarciana Medeiros, autodeclarada negra e primeira mulher a presidir o Banco do Brasil nos 214 anos de história da instituição, comenta sobre o papel de protagonismo histórico do BB na sociedade brasileira. “Somos uma empresa bicentenária. Puxando pela história, poucos dias após comemorarmos 80 anos da criação do Banco, vimos ser proclamada a abolição da escravatura. Já éramos o maior banco do país nesse dia histórico. Nos 130 anos que se seguiram até hoje, participamos dos principais acontecimentos que impulsionaram o crescimento do país. Mas sabemos que as lutas contra o racismo e contra a desigualdade ainda hoje estão longe de serem concluídas”, afirma. “Não podemos mudar o passado que castigou grande parte de nossa sociedade com tantas injustiças, mas temos o dever de transformar o presente e construir um futuro diferente para as próximas gerações, com mais igualdade, mais tolerância e mais respeito à diversidade. Por isso, parcerias como essa que firmamos hoje são tão relevantes para pavimentar uma sociedade mais justa”, considera. Para materialização das intenções do protocolo, o BB contará também com a Fundação Banco do Brasil, o coração social do BB desde 1985. A Fundação participará com ações afirmativas, como inclusão de bonificação especial para a temática de gênero e raça no edital do Prêmio FBB de Tecnologia Social 2023, intensificação da valorização de projetos sociais com foco em igualdade racial e resgate do legado do Projeto Memória, com destaque para Lélia González. O desenho das ações e os subsídios para elaboração das políticas de ações afirmativas foram construídos em parceria com o Ministério da Igualdade Racial.